sábado, 14 de fevereiro de 2009

Levantei-me, como de costume nos 2 últimos dias, com os seus berrinhos de quem acha que é único no mundo.

Escolhi a roupa e vesti-me sozinho, "já és crescidinho", até parecia estar a ouvi-la. Fui para a cozinha. Agarrei no banco que estava por baixo da mesa, pus-me em cima dele. Peguei na tijela e pu-la na mesa.

O choro já tinha acalmado, que bom!

Fui buscar o leite ao frigorífico. Enquanto a tijela com o leite aquecia no micro-ondas, agarrei novamente no banco e fui buscar os cereais.
- Bom dia filho - ouvi a voz estremunhada do meu pai. Bom dia, respondi.

O choro recomeça.

Olho para o relógio pendurado na parede. Dez minutos ou perco a carrinha. Como a correr. Apanho a mochila. Dou um beijo ao meu pai. Vou ao quarto, dou um beijo na testa da minha mãe e depenico um beijo na cabeça careca.

- Até logo querido, porta-te bem. Aqueles olhos encovados e a sua tentativa de sorriso enfurecem-me.

Desço as escadas de 4 a 4. A carrinha já lá está. O Sr. Alexandre deita-me o olhar reprovador do costume, enquanto aponta para o gigantesco relógio que está mesmo por cima do pára-brisas. Olho para a parte de trás e fico mais bem disposto. Está lá a malta toda com o baralho de cartas em punho.

14Fevereiro2009

O bolo da Joana

A Joana queria fazer um bolo
e foi perguntar ao pai onde estavam os ingredientes,
o pai da
Joana disse que não sabia e que ia perguntar à mulher.
O pai da
Joana foi dizer à mulher que a Joana queria fazer um bolo e perguntou onde estavam os ingredientes,
a mulher do pai da
Joana disse que não sabia e que ia perguntar à irmã.
A irmã da mulher do pai da
Joana disse que não sabia e que ia perguntar à prima.
A prima da irmã da mulher do pai da
Joana disse que não sabia e que ia perguntar à tia.
A tia da prima da irmã da mulher do pai da
Joana disse que não sabia e que ia perguntar à mãe.
A mãe da tia da prima da irmã da mulher do pai da
Joana foi buscar os ingredientes
que os entregou à filha
que os entregou à sobrinha
que os entregou à prima
que os entregou à irmã
que os entregou ao marido
que os foi entregar à filha
Joana.
Mas a
Joana tanto tempo esperou que adormeceu.

14Fevereiro2009

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Roberto ficou feliz novamente

Roberto era um lápis de cor. Vivia feliz. Um dia, o lápis , para arreliá-lo, disse-lhe: - Já reparaste que verdes são as folhas e a relva, azul é o céu, brancas são as nuvens, castanhos são os troncos das árvores? Por isso é que nós somos pequenos e tu és grande. Não há quase o que pintar contigo. Roberto ficou muito triste ao ouvir estas palavras, mas sabia que o Zé tinha razão.

Um dia, ouve-se uma voz de menina: - Mas onde está o cor-de-rosa? Ah, cá estás! És a cor mais linda do mundo.

Roberto ficou feliz novamente.


Revisto em 6Fevereiro2009