sexta-feira, 30 de maio de 2008

Histórias da Maria e da Ritinha - o 1º dia depois das férias (4 anos)


Era uma vez 2 meninas muito amigas. A Maria e a Ritinha. Eram colegas na escola, mas estavam sempre juntas for a dela.

Chegou o dia, depois das férias, de voltarem à escola. Estavam cheias de saudades uma da outra. Sim, elas tinhamse encontrado durante as férias, várias vezes até, mas gostavam tanto de brincar juntas que já estavam cheias de saudades.

E é verdade que também tinham saudades da escola. Da professora. Dos coleguinhas todos. Este ano parecia que iam ter mais 3 colegas novos… eram tantos que quase já nem sabiam os nomes de todos!

A Maria foi a primeira a chegar à escola, das duas… foi logo ao pátio ver se a Ritinha já tinha chegado, mas ainda não! A mãe já estava à espera daquele comportamento e esperou um bocadinho para a Maria vir de volta dar-lhe o
beijinho de até logo. A mãe da Maria sabia, que se a Ritinha já tivesse chegado iria ter de esperar muito mais ou então ia ter mesmo de ir buscar a Maria para lhe poder dar um beijinho.

O pátio da escola da Maria e da Ritinha era muito giro, tinha árvores e cordas penduradas nos seus ramos com um grande nó no fim, assim a fazerem de baloiço; tinha escorregas; uma torre, tão alta tão alta que a Maria que já tinha 1m e 5cm tinha de se pôr em bicos dos pés para conseguir tocar nela. Tinha uma casinha, onde costumavam brincar a fazer comidinhas saborosas, como os seus papas faziam em casa. E havia a coisa mais bonita de todas, um lago com peixinhos; quem tomava conta deles eram as crianças, ao longo de todo o ano.

A Maria tinha mesmo muitas saudades da escola, depois de ter dado muitos beijinhos e abraços aos seus colegas e professoras, foi logo ver os peixinhos, eram os seus preferidos!

Num carro cinzento que acabava de estacionar à porta da escola, chegava agora a Ritinha. Estava em pulgas, a mãe dela bem via. Tanto que quase tinha tirado o cinto de segurança, antes mesmo do carro parar, mas não o fez. A Ritinha deu a mão à mãe e puxava-a para dentro da escola. A mãe ria-se, ao lembrar-se da primeira vez que tinha levado a Ritinha à escola, e que tinha sido exactamente o contrário, a mãe é que a puxava para dentro da escola. Depois, a Ritinha gostou tanto da escola, que já nem queria sair de lá.

Nessa manhã, quando chegou à escola, aconteceu mais ou menos o mesmo que com a Maria, foi logo a correr para o pátio para ver se a sua melhor amiga já tinha chegado. E como já tinha chegado, deixou de ligar à mãe.
- Até logo Ritinha – acenou a mãe. A Ritinha lá do fundo acenou para a mãe, mas nem olhou para trás.

Estava a Maria toda contente a ver os peixinhos vermelhos e prateados a brilharem ao sol, quando ouviu chamaremna, olhou para trás, e lá no fundo estava a Ritinha, tinha acabado de chegar. Foi a correr em direcção à amiga e foi cá um destes abraços, que parecia que já não se viam há muito muito tempo.

O resto dos amiguinhos juntou-se, também as professoras, e foi um bom bocado de conversa, até que a educadora, a Nídia chamou:
- Meninos, vamos para dentro da sala. Temos de arrumar a nossa sala para o novo ano lectivo.

Passaram a manhã nas arrumações. Uma mesa para aqui, outra para ali. Lá ao fundo fica o Canto dos Contos, que é onde se juntam para contar histórias, de livros ou inventadas.

Este ano têm uma novidade. Não vão dormir de tarde. Foi a alegria geral. Não dormir significava brincarem mais tempo.

Entretanto chegou a hora do almoço. Hoje tinham sopa de alho francês. A Maria ficou logo contente, ela adorava sopa de alho francês, a sua mamã costumava fazer em casa. O segundo prato ia ser almôndegas com puré de batata e salada de alface e tomate a acompanhar. E hoje, como era o primeiro dia do ano tinham arroz doce de sobremesa.

O almoço correu bem, a Maria e a Ritinha ficaram juntas, claro. Eram inseparáveis aquelas duas amigas. A Maria comia muito bem, já comia com um garfo e uma faca, estava toda orgulhosa porque tinha aprendido nessas férias como se comia com os dois talheres e queria mostrar a todos como se fazia. A Ritinha não era de muitos apetites. Não era muito amiga de comer sopa, ela sabia que tinha de comê-la, mas não gostava lá muito. Mal ou bem, acabaram todos por almoçar, o arroz doce é que ninguém deixou, hmmmm tão bom que estava.

Depois do almoço seguiu-se a rotina habitual, levantaram-se do refeitório e foram lavar os dentinhos, sim porque lavar os dentes é muito saudável, tira todos os bichinhos que possam estar na boca.

E depois, pois é…. E agora, o que iam fazer? Estavam habituados a dormir uma sesta.

Foi um bocado confuso, mas lá conseguiram arranjar o que fazer, uns foram desenhar, outros ver livros, outros andar de escorrega. A Maria e a Ritinha foram logo para o lago dos peixinhos, alguns até deixavam que lhes fizessem festinhas era tão divertido.

O dia estava a acabar. Já tinham ido lanchar, depois a Nídia tinha-lhes lido uma história, no seu Canto dos Contos. Os avós e mães e pais começaram a chegar, para um a um irem-se embora com os seus meninos. A Ritinha estava muito triste, não queria ir-se embora, gostava muito de estar na escola, e foi esconder-se atrás de uma árvore sem avisar ninguém. A Maria, que tinha ido à casa de banho, quando voltou e não viu a amiga pensou que a avó dela já a tinha ido buscar e ficou ansiosa para que a sua própria mãe chegasse, para ir para casa.

Passado algum tempo, chegou à escola a Avó Filomena, que era a avó da Ritinha, foi quando a Maria se apercebeu que a amiga ainda estava na escola. Ficaram todos muito preocupados e foram à sua procura. Lá estava ela atrás duma árvore escondida.

- Ritinha, - disse Nídia, a educadora – que estás aí a fazer? Pregaste-nos cá um susto!

- Não quero ir para casa – disse a Ritinha quase a chorar.
- Então? – perguntou a Nídia – amanhã estamos cá todos outra vez. Vais para casa com a tua avó, que já está ali à tua espera, vais brincar com ela um pouco. Depois vais para casa dormir, os teus pais devem estar cheios de suadades tuas, não tens saudades deles?

A Ritinha começou a pensar na avó, gostava muito de brincar com ela. E pensou nas saudades que tinha dos pais, e acenou com a cabeça, em resposta à sua professora.
- Pronto, então vai lá com a tua avó que amanhã cá nos encontraremos. – disse a Nídia.

A Ritinha levantou-se de um salto, já estava com um sorriso na cara. Viu a avó e foi a correr dar-lhe um grande abraço. Acenou à Nídia e à Maria:

- Até amanhã - disse ela.

Entretanto, a mãe da Maria chegou e lá foram elas para casa.

Nesse dia estavam tão cansadas tão cansadas, que mal jantaram, cada uma em sua casa, foi lavar os dentes, fazer chichi e dormir. Foi um dia estafante.

Agosto2007

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